FILATELIA – BRASIL: HOMENAGEM A LUIZ GAMA

BRASIL- 06.12.2023, Homenagem a Luiz Gama (Emissão Postal Especial). Detalhes Técnicos– Edital nº 16; arte: Antonio Obá; valor facial: 1º Porte da Carta; impressão: Casa da Moeda do Brasil; processo de impressão: ofsete; papel: cuchê gomado; tiragem: 96.000 selos; apresentação: folha com 12 selos; dimensões da folha: 130 x 210mm; dimensão do selo: 25 x 59mm; área de desenho: 20 x 54mm; picotagem: 12 x 11,5; local de lançamento: Brasília/DF. Sobre o Selo– O poema “Coleirinho”, de autoria de Luiz Gama, foi a inspiração para criar a composição que ilustra o selo comemorativo. A imagem apresenta a efígie do homenageado, acompanhada por dois pássaros em pleno voo. Tais pássaros, assim chamados “coleirinhos”, são uma metáfora do homem que, privado da liberdade “chora, escravo, na gaiola”, exilado da presença dos seus entes, da sua terra. O Coleirinho, curiosamente, é caracterizado por uma plumagem predominantemente preta, com algumas penas brancas que se assemelham a uma coleira volteando seu pescoço; o coleirinho preto, preso pelo pescoço a uma hipotética corrente branca, traz à tona a própria imagem metaforizada do homem negro escravizado pela mão branca. No entanto, procurando se distanciar de uma simbologia que fustigue um passado de dor e exploração e não consiga vislumbrar um horizonte no qual o conhecimento histórico e a superação pessoal dêem margens à emancipação coletiva, a imagem propõe certo revisionismo e posicionamento crítico ante a história, encontrando na figura de Luiz Gama o vate exemplar desse homem negro que reconhecendo as complexidades sociais das quais foi vítima, mas não se curvou reverente e impotente ante elas. Aprendeu a ler, tornou-se poeta, escritor, jornalista e, por fim, corajoso advogado abolicionista. Nesse último caso, uma essencial consonância: O advogado, em seu ofício, “liberta” pela voz, pela eloquência e discurso. Tais características dão um conciso desfecho para a ilustração, onde os coleirinhos, tão atribuídos à liberdade, por seu voo e canto, desatam o nó da garganta de Luiz Gama, como se esse, agora liberto, pudesse anunciar aos seus iguais, com sua voz e grito: LIBERDADE

 

 

Loading